25/01/2014
GAME DAY

Amigos de garra e humildade vingam a derrota da primeira volta

A Equipa Masculina realizou esta tarde o primeiro de dois embates que terão de enfrentar este fim-de-semana. Enquanto, hoje, os nossos rapazes defrontaram o Sampaense, numa partida a contar para a fase regular da LPB, amanhã, será a vez do CAB jogar contra o Física de Torres Vedras, num encontro de apuramento para a próxima fase da Taça de Portugal.

Na antevisão da jornada dupla, Ricky Franklin, base do CAB, que está actualmente no topo do 'ranking' dos melhores marcadores da Liga Proffisional, afirmara que seria importantíssimo para os Amigos saber lidar com o cansaço e com o desgaste que seria, inevitavelmente, gerado pelos dois jogos a realizar pelos madeirenses. As opções limitadas do plantel, o transtorno das viagens aéreas e terrestres e as diferentes lesões que t~em afectado o grupo há algum tempo, exigiriam que a equipa orientada por João Freitas estivesse no seu melhor, que fisica, quer psicologicamente.

Contra o Sampaense, o jogo começou atrasado devido a alguns problemas com o material electrónico do pavilhão. Quando a bola ao ar finalmente aconteceu, o equilíbrio passou a ser a nota dominante entre as duas equipas.

Os homens de João Freitas não entraram da melhor forma no jogo. Quer por mérito do Sampaense, que impediram os Amigos de assumir, de imediato, o rumo dos eventos, quer por demérito dos madeirenses, que se apresentaram demasiado perdulários na defesa e pouco concentrados no ataque, a partida foi jogada 'taco-a-taco': ao jogo interior dos da casa, os visitantes respondiam com melhor jogo exterior. Já nos ressaltos, cada equipa dominava a sua tabela, com as oportunidades de segundos lançamentos a surgirem pouco para ambos os lados.

O primeiro período acabou com o resultado em 13-15, a favor do CAB.

No segundo período, o CAB entrou decidido a eliminar as falhas cometidas no primeiro período, especialmente no capítulo da defesa. Foram eficazes os homens da Madeira, que, sensivelmente a meio do segundo período, já ganhavam por doze pontos, com o resultado em 17-29. Mesmo assim, no desconto de tempo que se seguiu, o treinador joão Freitas exigiu concentração aos seus jogadores, que tinham de manter uma defesa muito agressiva e um ataque concentrado para contrariar as intenções dos homens da casa.

Até ao intervalo, os homens do CAB estiveram verdadeiramente endiabrados. Se, no ataque, a mão dos amigos 'aqueceu', com os madeirenses a 'cilindrar' os da casa com uma 'chuva' de triplos, a surgirem de vários jogadores, já na defesa sucediam-se os roubos de bola e os ressaltos ganhos, frutos de um grande entendimento entre os jogadores, que colmataram com grande eficácia as falhas de rotação que tinham cometido na primeira parte. Estava a ser um verdadeira prazer ver o CAb a jogar e a explorar as suas opções de ataque e a sua capacidade defensiva.

O intervalo chegou com o resultado em 25-44, favorável ao CAB.

De destacar, nesta fase do jogo, e pela formação do CAB, os 14 pontos de Jobi Wall e os 8 pontos de Aaron Anderson e de Frederico Tavares. Nos ressaltos, Fábio Lima já contabilizava 7 ganhos, todos eles defensivos. Os Amigos também já tinham 5 roubos de bolo e registavam um aproveitamento de 47% nos lançamentos de três pontos (7 convertidos em 15 tentativas).

No retomar da partida, o CAB voltou a cometer algumas ingenuidades na defesa, produto de uma reentrada com menor concentração. Novamente no capítulo defensivo, os homens da Madeira falharam em rotações defensivas fundamentais para travar o jogo dos da casa, especialmente nas zonas mais próximas do cesto, e, no ataque, os bons critérios que tinham estado tão presentes nos ataques do CAB ao longo do segundo período pareciam ter ficado nos balneários.

Um desconto de tempo pedido em boa hora por João Freitas veio a alterar a postura do CAB. A partir daí, os madeirenses estiveram mais atentos aos ataques do Sampaense, conseguido travar os movimentos que os da casa estavam a explorar para converter cestos na tabela dos visitantes. O ataque, embora continuasse menos esclarecido do que no período anterior, estava a permitir ao CAB manter alguma distãncia pontual, ainda que se esperasse mais concentração e melhores selecções de lançamento.

Pouco a pouco, os lançamentos do CAB voltaram a acertar, com Jobi, Edson, Frederico, Ricky e Fábio a darem mais tranquilidade aos ataques dos Amigos. Nas zonas perto do cesto, Aaron recusou despir o 'fato de macaco' e a pele de 'super-homem'. Fiel aos que o consideram o melhor jogador da Liga, o americano continuou a conquistar bolas em zonas bem altas e a permitir aos visitantes superioridade na importantíssima luta pelas tabelas.

O terceiro período acabou com o resultado em 46-63, favorável ao CAB.

No quarto período, o CAB entou de forma muito forte, sem cometer os erros que cometeu à entrada do jogo e do terceiro período. Os homens de João Freitas mantiveram uma defesa pressionante muito forte, usando as situações de 2x1 para forçar erros consecutivos no ataque do Sampaense. No ataque, o CAB jogava de forma muito agressiva e explorando todos os seus pontos fortes, especialmente no capítulo do lançamento exterior. Sem surpresas, a meio do quarto período, o resultado era 51-74, favoravel ao CAB.

Até o final do jogo, o CAB não abrandou. A equipa enviou a mensagem clara de que a derrota sofrida ante o Sampaense na primeira volta tinha sido um erro e que os madeirenses eram melhor equipa que os continentais. O final do jogo chegou com o marcador em 64-86, favorável aos madeirenses. A diferença de 22 pontos era bem merecida para uma equipa que, ao longo do jogo, fez da garra e da humildade as suas marcas distintivas.

Parabéns, João! Parabéns, Tony! Parabéns, rapazes!

Em termos individuais: Nuno Sousa, Ricky Franklin (26), Carlos Bettencourt, José Correia, Edson Rosário (11), Nuno Baptista, Fabio Lima (11), Frederico Tavares (10), Jobi Wall (17) e Aaron Anderson (11).