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07/10/2013
GAME DAY
Partida de emoções fortes acaba com as Amigas a sorrir
A partida do CAB ante o Boa Viagem não foi fácil. Pelo contrário, o jogo esteve recheado de pontos altos e baixos para ambas as equipas, com os dois grupos de atletas a revelarem as inconstâncias que são típicas nesta fase inicial da época.
O jogo começou melhor para o Boa Viagem, que venceu o primeiro período por 19-17. Fazendo valer a superior estatura da sua equipa e tirando partido dos grandes condicionalismos físicos que continuam a afectar as atletas estrangeiras do CAB, as açorianas determinaram o ritmo dos primeiros dez minutos de jogo e venceram o período com justiça.
A entrada no segundo período também foi melhor para o Boa Viagem. Com lançamentos certeiros do exterior e com o CAB a cometer erros defensivos, a equipa açoriana aumentou a sua vantagem. A quarta falta de Justina Udenze, referência das Amigas no jogo interior, veio a condicionar ainda mais as madeirenses, que estavam com clara dificuldade em impor coerência e dinâmica ao seu jogo. Dois triplos da Maria João ainda trouxeram alguma esperança a uma resposta do CAB, mas foram insuficientes, pois o intervalo chegou com o marcador em 39-29, favorável ao Boa Viagem.
No regresso dos balneários, o CAB voltou determinado a inverter o curso dos eventos, mas a tarde continuava a não ser de grande inspiração. Se, no ataque, as Amigas continuavam a estar longe do seu melhor, na defesa, as falhas de marcação permitiam ao Boa Viagem acumular pontos e gerir a vantagem acumulada, que chegou a ser de 16 pontos no decorrer do terceiro período.
Uma lesão, no ombro, da atleta Maria João também não ajudou as madeirenses, que pareciam, em busca de um ritmo e de uma identidade dentro de campo. Uma reacção da parte das orientadas por João Pedro Viera no final do período evitou males maiores, com os terceiros dez minutos de jogo a acabarem com o resultado em 53-49, favorável ao Boa Viagem.
Na entrada para o último período, o CAB encontrava-se desgastado, quer do ponto de vista físico, quer do ponto de vista emocional. A questão que se colocava era se as Amigas conseguiriam vencer os obstáculos que lhes assistiam e impor a sua vontade ao Boa Viagem.
Como seria de prever, pela forma como o terceiro período tinha acabado, o quarto período foi de emoção. As duas equipas não queriam sair de Lisboa com a derrota na bagagem, por isso entregaram-se ao jogo e disputaram cada posse de bola com grande intensidade. A partida nem sempre foi jogada da forma mais correcta, sendo que, muitas vezes, dominou mais o coração e a emoção do que o racionalismo e a táctica.
Nos últimos dois minutos do jogo, açorianas e madeirenses estavam empatadas e não se sabia para que lado o jogo iria pender. A 19 segundos do fim, o Boa Viagem ganhou uma superioridade de 69-67 e parecia que o jogo iria ficar por aí. Porém, um ataque bem conseguido da parte das Amigas resultou na marcação de dois pontos, empatando o marcador a 69 e deixando treze segundos no marcador para jogar.
"O que é que iria acontecer?", perguntava-se no pavilhão dos Lombos... E a resposta foi: "Nada!". O Boa Viagem não converteu o último ataque e o tempo regular da partida terminou com um empate a 69 pontos. O jogo foi para prolongamento, estando, frente a frente, um Boa Viagem cada vez menos seguro de si mesmo e umas Amigas em ascenção e claramente motivadas pela recuperação que tinham sido capazes de operar no marcador.
Na Madeira, longe do jogo, os adeptos do CAB que recebiam os resultados por SMS sofriam e aguardavam o desenlace dos acontecimentos. Era um jogo de nervos e de emoções - quer para quem estava a presenciá-lo, pessoalmente, quer para quem "sofria" à distãncia.
O prolongamento foi jogado taco-a-taco e com muito coração. O CAB teve a oportunidade de "matar" o jogo, mas deixou sempre uma porta aberta ao Boa Viagem. A cinco segundos do fim, a vantagem era de dois pontos para o CAB, pontos esses marcados por Marta Bravo. Porém o Boa Viagem tinha a posse de bola... As açorianas, que tão bem tinham estado ao longo de toda a partida, falharam e o CAB fez a festa!...
Nos Lombos, sorria-se e muito! Na Madeira, com a chegada dos resultados, vibrou-se de felicidade!...
Obrigado, meninas! Obrigado, João!
Em termos individuais: Cintia França (1 pontos 1 assistência), Marta Bravo (15 pontos), Maria João (25 pontos), Christian Shelter (18 pontos), Catarina Freitas (2 ressaltos, 5 assistências), Justina Udenze (8 ressaltos, 7 pontos), Carolina Escorcio (12 pontos), Carla Relva (1 ressalto, 1 assistência, 1 roubo de bola), Monica Luis e Ana Jardim.
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