20/08/2013
GAME DAY

Treinador fala sobre os séniores e sobre a Formação da época que se avizinha

Confirmada a sua renovação como técnico da equipa senior masculina e anunciadas as suas novas funções como Coordenador da Formação, João Freitas falou para o Site Oficial do CAB, abordando algumas das questões que naturalmente se colocam neste ponto da época. Aqui ficam registadas as suas palavras.

Que CAB poderemos esperar na nova época?

Um CAB de contenção, a viver grandes dificuldades, mas comprometido com o pagamento das dívidas acumuladas devido aos atrasos verificados. No campo desportivo, o único objectivo é a manutenção. O CAB não vai, como era nosso propósito, continuar a crescer e afirmar-se como uma das melhores equipas nacionais. Vai ser um ano muito difícil. A nossa capacidade de trabalho tem que ser enorme. Temos que compensar as dificuldades sendo melhores no trabalho que fazemos.

Teme pelas condições que o CAB e as restantes equipas madeirenses poderão ter de voltar a enfrentar?

A experiência diz-nos que este vai continuar a ser um ano muito complicado. Volto a referir uma equipa que se quer que representante de uma região tem que ser apoiada de outra forma. Há quem diga que o óptimo é inimigo do bom, mas eu tenho opinião contrária.

Com que objectivos é que o CAB se apresenta na nova temporada?

A manutenção é o único objectivo. Não se pode aspirar a mais nada.

Que ideias é que tem para o plantel? Será o plantel ideal ou o possível?

As ideias são sempre as mesmas: competência nos jogadores para desempenhar as funções dentro da equipa. Talvez tenhamos que mudar a forma de jogar. O leque das escolhas é muito reduzido. Sem investimento há pouco retorno em termos de qualidade. Temos que acertar nas escolhas dos jogadores a trazer. Os planteis são sempre os possíveis dentro das condições de cada um.

A tarefa de assumir a coordenação da Formação do clube motiva-o?

Muito, senão não teria aceite o desafio. Tenho que envolver os treinadores da Formação num compromisso mais alargado com o clube. Não vou dizer que vai tudo mudar e ser melhor, porque isso seria passar um atestado de incompetência a todos os anteriores coordenadores. Tem que haver um envolvimento maior de todos para que o CAB passe a ser melhor formador. A mudança não vai ser ‘o João Freitas Coordenador’; vai ser cada um dos treinadores da formação querer ser melhor. Para evoluir precisamos crescer, sentir que fazemos parte de algo e vermos reconhecido o nosso trabalho. Isso é o estímulo que tenho que transmitir a quem tem por vocação treinar jovens. Só temos um ‘handicap’, que também se verifica a nível nacional, que é o da altura dos jovens. Não conseguimos formar centímetros.

Como coordenador, que ideias e conceitos vai tentar introduzir nas camadas mais jovens dos 'Amigos'?

Todos temos que perceber que seis horas por semana de treino, para os que as têm, não é suficiente para fazer jogadores de nada. Estarão os treinadores da formação dispostos a fazer muito mais? Há instalações disponíveis para fazer muito mais? Estão os jovens e os pais dos jovens dispostos a aceitar muito mais? Este é o desafio. Depois as questões do basquetebol virão. Como queremos os nossos jovens a jogar? Que conceitos de jogo em cada fase? Mas isso é o mais fácil.

É essencial para o projecto formador do clube a criação de uma equipa B para os masculinos, à semelhança do que já existe no sector feminino?

Claro que sim. Até os juniores e os cadetes deviam ter competição nacional regular. A competição é o motor do desenvolvimento das capacidades treinadas. Sem competição, a evolução é ridiculamente pequena. O passo dos sub-24 para os seniores é muito grande. Se não compensado com competição no escalão inferior, muitos caem no fosso que se cria. Este é um problema, não só regional, mas nacional.

Quais serão as palavras de ordem para a equipa sénior que vai liderar em 2013/2014?

Envolvimento. Com todos comprometidos e envolvidos, todas as outras coisas vêm atrás.