29/07/2013
GAME DAY
Líder da Equipa Feminina na primeira entrevista ao Site do CAB
O treinador João Pedro concedeu ao Site Oficial do CAB a sua primeira entrevista como treinador da Equipa Feminina. Numa conversa aberta e sincera, o líder das séniores falou da próxima época, do plantel, do arranque dos trabalhos, dos objectivos e dos receios quanto à época que se aproxima.
Aqui fica registada a conversa com o 'novo' treinador:
O que é que o fez aceitar o convite para liderar a equipa feminina do CAB?
Em primeiro lugar, as saudades que ja tinha do treino, visto estar afastado destas funções de treinador principal há algum tempo. Depois, o facto de estar completamente envolvido na dinâmica do clube, dadas as minhas funções de Vice Presidente para a Gestão Desportiva, o que me dá, claramente, um renovado espírito de missão, no sentido de ajudar o clube numa fase crítica da sua história.
Vê esta nova missão como um desafio?
Sim, um grande desafio, tendo em conta a juventude do plantel e toda a conjuntura em que vivemos neste momento das nossas vidas.
O que é que mais o motiva na época que se aproxima?
O desafio de conseguir preparar um conjunto de jogadoras muito jovens de forma que muito rapidamente tenham condições para poderem competir de igual para igual com as outras jogadoras muito mais experientes das outras equipas da Liga.
E o que é que mais o assusta?
Assusta-me tudo o que nada tenha a ver com basquetebol, nomeadamente dificuldades financeiras e a questão das viagens, que será determinante. Uma nova época a adiar jogos seria muito prejudicial para os objectivos da equipa e do clube. Temos uma imagem a defender a nivel nacional e não pode ser a questão das viagens a manchar o nome do CAB na competição nacional.
Quais são os objectivos que irão nortear o trabalho da equipa?
Trabalhar muito para vencer jogos.
Que ideias e princípios irá tentar transmitir às atletas?
Seriedade, empenho e profissionalismo no trabalho diário do grupo de trabalho terão de ser as linhas orientadoras de um objectivo comum, que é vencer jogos. Terá de haver um grande sentido de compromisso no objectivo da superação por parte de cada uma das atletas. Sei que não é fácil treinar as horas que normalmente esta equipa trabalha, por isso estas atletas terão de organizar muito bem a sua vida diária de forma a que, na hora do treino, estejam lá de corpo e alma.
Já tem ideias definidas para a constituição do plantel?
Já tenho uma ideia de quem poderá fazer parte do grupo de trabalho, já falei com algumas das atletas mais experientes e já pedi ao presidente para apresentar o projecto a cada uma delas. Agora, tudo vai depender de quem serão as atletas que estarão interessadas em se juntar a mim neste novo desafio.
Quando é que irão arrancar os trabalhos da equipa?
Vamos começar os trabalhos no dia 2 de Setembro, às 9h00.
Os trabalhos da pré-época serão limitados ao plantel feminino ou integrarão membros de outros escalões?
A ideia é começar a primeira semana de treinos com todas as atletas que irão fazer parte da equipa senior e da equipa satélite. Depois deste periodo de observação, iremos dividir o grupo e as duas equipas passarão a trabalhar de forma separada. No entanto, será transmitida a ideia que o grupo não será fechado. Ao longo da época, as atletas poderão trabalhar em baixo ou em cima de acordo com a sua evolução, até porque os principios base de trabalho das duas equipas serão praticamente iguais, especificamente no que diz respeito aos conceitos defensivos e ofensivos. Naturalmente que a equipa senior terá algumas particularidades de acordo com as características de algumas atletas mais influentes no processo defensivo e ofensivo da equipa.
Que papel vê o treinador Ricardo Montes a desempenhar na equipa técnica que lidera?
O Ricardo, tal como eu, está envolvido em toda a dinâmica do clube, sendo também meu colega de direcção. Ele será o treinador da equipa satélite, que irá participar no campeonato abaixo da Liga Feminina, que é a Primeira Divisão, e terá um papel muito importante na preparação das atletas mais jovens. Sempre que for possível, e de acordo com a sua disponibilidade, irá ajudar-me nas sessões de treino diárias com funções a serem combinadas entre nós os dois. Quanto ao trabalho de 'scouting', que muitas horas leva a fazer, será uma área em que precisamos de ajuda, logo teremos de encontrar alguém no clube que nos apoie nessa tarefa.
Tem duas filhas que são atletas das escolas de formação do CAB. Como treinador da equipa sénior, que influência quer ter na forma como se trabalha nas camadas de Formação do clube, onde as suas filhas e tantas outras atletas estão também integradas?
A principal influencia que desejo ter é no sentido de todos os treinadores do clube transmitirem a ideia de que, sem trabalhar com intensidade e seriedade, não se chega ao mais alto nivel.
Na próxima época, a formação feminina do CAB verá regressar aos seus quadros treinadoras de grande qualidade como a Faty Freitas (sub-14F) e Luisa Montes (sub-16F). achas que, juntamente com o Ricardo e consigo, o clube poderá dar um passo importante na preparação da próxima geração de séniores do CAB?
O CAB sempre foi um clube virado para a formação, mas todos temos de entender que, para termos atletas formados no clube a competir nas equipas seniores, não basta gostarmos da formação. É necessário trabalhar da forma correcta e isso passa por, desde muito cedo, transmitirmos aos nossos atletas que o trabalho diário deverá ser feito com muita intensidade e que os treinos de equipa não chegam para chegar lá. Temos de fazer chegar aos atletas a mensagem da importância de treinarem sozinhos muitas horas naquilo em que são mais fracos.
Com a criação do projecto de centro de treinos do CAB, denominado 'Escola de Campeões', o qual é liderado pela Profª Fátima Freitas, e com a ajuda dos treinadores mais experientes do clube, podemos ajudar os atletas com mais potencial a evoluir de uma forma mais consistente. Estamos no bom caminho e espero que todos juntos consigamos fazer do CAB uma boa escola de jogadores de basquetebol.
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