14/05/2017
GAME DAY

CAB foi exemplo de união, coesão e determinação

A equipa masculina do CAB e o Benfica defrontaram-se pela quarta vez em apenas duas para o jogo quatro do apuramento para as meias-finais da Liga Masculina. A liderar ‘as séries’ por duas vitórias contra apenas uma dos madeirenses, a grande pressão do jogo estava no lado dos lisboetas, até porque detêm recursos que são inimagináveis para a equipa da Madeira.

Mesmo assim, o CAB, motivado por todas as grandes exibições que realizou contra o Benfica, incluindo no jogo de ontem, sabia que tinha as suas possibilidades e queria vencer o jogo de hoje de forma a forçar a realização de um quinto jogo, no qual qualquer coisa poderia acontecer dadas as especificidades de um jogo daquela natureza.

A partida começou melhor para a equipa do CAB, que ganhou o primeiro tempo por 26-23. A entrada dos madeirenses foi, de facto, brilhante, facto que muito se deveu à execução quase perfeita do plano de jogo preparado, sempre assente numa rotação contínua de bola e de uma orientação ofensiva baseada no colectivo.   

No segundo tempo, o CAB esteve bem durante a esmagadora maioria do tempo. No entanto, os Amigos atravessaram uma fase que durou entre três a quatro minutos na qual não foram, colectivamente, tão coesos. Esse período baixo foi aproveitado pelos talentos individuais do Benfica para marcar os pontos que não tinham conseguido no período anterior e para ganhar o parcial por 10-21, colocando o resultado global ao intervalo em 36-44.

No terceiro tempo, o equilíbrio voltou a ser a nota dominante. Apesar dos lisboetas ganharem o parcial por 20-22, o CAB foi a equipa mais forte dentro de campo – porque foi isso mesmo: uma equipa. A grande diferença entre as duas formações residia na percentagem de aproveitamento, que era superior no Benfica (55%, contra 47% do CAB), factor que colocava o marcador em 56-66 ao fim de trinta minutos de jogo.

No último tempo, o CAB foi, por duas vezes ‘buscar o jogo’ e ficou a uma margem de dois ou três pontos do Benfica. Um Pavilhão do CAB, novamente cheio, voltou a acreditar na vitória, transmitindo grande força aos jogadores e a todo o banco do CAB. Viveram-se momentos de grande emoção e até de espectáculo, com o CAB a mostrar que é uma equipa de grande categoria e que é capaz de jogar ‘olhos nos olhos’ contra qualquer equipa da Liga.

A entrega, a ambição e a determinação dos homens do CAB foram, porém, contrariadas por exibições individuais dos visitantes, cujo rico plantel oferece várias soluções de ataque. O Benfica nunca teve, realmente, o jogo na mão e o CAB, de grande nível e garra, falhou o objectivo de ganhar apenas porque, em pequenos detalhes (que são importantes num jogo de basquetebol) não foi tão eficaz como queria e como certamente merecia.

Apesar de perder a partida por 72-86 (uma margem que não reflecte o enorme equilíbrio entre as duas formações e até a superioridade madeirense em grandes espaços do jogo), o CAB mostrou aos presentes e a todos que têm seguido a época dos madeirenses que o basquetebol é, realmente, um jogo que tem por base um sentimento colectivo forte e no qual o sucesso mede-se, não pela habilidade de um ou outro jogador do plantel, mas pela coesão e união de um grupo de jogadores que se vêem como uma família e cujo lema é ‘TOGETHER’.

Um exemplo para a modalidade. Um exemplo para todos nós.