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03/05/2015
GAME DAY
CAB vai a Guimarães decidir a eliminatória na 'negra'
CAB e Vitória disputaram, no Funchal, o quarto jogo da primeira eliminatória dos 'playoff' da Liga Masculina. Após a derrota no primeiro jogo, o CAB conseguira virar a eliminatória a seu favor com duas vitórias consecutivas, uma em Guimarães e a outra na tarde de ontem, já no Funchal. O jogo era de alto risco para ambas as equipas, pois, no caso dos madeirenses, a vitória daria acesso directo às meias finais, enquanto, no caso de vitória dos continentais, as duas equipas iriam a um sempre dramático quinto jogo, a disputar no norte do país.
Por isso, mais do que tácticas e técnica, o que se jogava no quarto jogo da eliminatória era a vontade de ganhar. O factor 'raça' e o elemento 'determinação' seriam fundamentais para ambos os lados. Com o clima entre as duas formações totalmente 'aceso', dado o carácter competitivo e muito físico da eliminatória, estavam reunidos os ingredientes para um jogo extremamente disputado.
A partida começou de forma melhor para a equipa da casa. Com 2 minutos de jogo, o CAB liderava por 5-0, mas, desde aí, o Vitória não só equilibrou o jogo como passou para a frente do marcador. A recuperação dos continentais deveu-se a um misto de lançamentos falhados por parte dos Amigos, assim como uma prestação defensiva mais porosa, que foi explorada pelos visitantes com mérito.
Nesta fase do encontro, Jovonni Schuler, que tinha estado mais 'apagado' no jogo de ontem, liderava os melhores marcadores com 7 pontos. Porém, o atleta mais valorizado era o base da equipa contrária, Douglas Wiggins, que registava 6 pontos e 2 assistências.
No segundo período, o CAB voltou a entrar de forma muito forte e, com meio período jogado, equilibrou o marcador em 32-32. Acreditava-se muito no Pavilhão do CAB, com uma moldura humana muito aprazível a 'torcer' pela equipa da casa. Porém, aproveitando algumas desatenções do CAB, em dois ataques consecutivos o VItória voltou a passar para a frente no marcador e a construir uma margem confortável, nos 32-38.
Sem perder a calma, o CAB recuperou o espírito colectivo que define a sua acção como equipa. Explorando os seus pontos fortes, nomeadamente Jovonni Schuler e Tommie Eddie, o CAB fez uma recuperação. Porém, a mesma foi insuficiente para igualar o jogo, pelo que as equipas recolheram aos balneários com o resultado em 39-41, a favor dos continentais.
Com meio jogo disputado, os mais eficazes nos Amigos eram Jovonni Schuler (13) e Tommie Eddie (15). No Vitória, Douglas Wiggins (11) e Jose Silva (10) eram os melhores anotadores. No capítulo dos ressaltos, o Vitória levava vantagem (16-13), enquanto nas perdas de bola, as equipas estavam empatadas (4-4).
No regresso ao jogo, o CAB entrou com uma atitude forte e venceu mesmo o período por 20-14. Os Amigos estiveram muito agressivos na defesa e, a partir de várias bolas roubadas ao adversário e ressaltos ganhos na sua tabela, desenvolveram um jogo fluido de ataque, com destaque para a prestação de Jovonni Schuler. Ao final de três períodos, o extremo do CAB já contabilizava 19 pontos, sendo bem secundado por Tommie Eddie, autor de 18 pontos.
À entrada do último quarto de jogo, o marcador assinalava 59-55. Exigia-se do CAB grande concentração. Porém, vindo do banco, Pedro Pinto, atleta do Vitória, realizou uma prestação muito boa e galvanizou a equipa visitante. Marcando 7 pontos em 10 minutos, alguns deles em fases decisivas do encontro, o jogador continental foi uma dor de cabeça para a defesa dos Amigos. O CAB, por sua vez, não soube gerir da melhor forma o último lançamento do jogo, e, como consequência, registou-se um empate a 77-77, com o jogo a ser levado para prolongamento.
No prolongamento, que durou 5 minutos, o CAB esteve inferior. Para isso contribuiram a exclusão da partida, por execesso de faltas, dos jogadores Jorge Coelho, Tommie Eddie e Aaron Jordan, 'peças' cruciais da dinâmica colectiva dos Amigos. Apesar da grand eentrega dos jogadores chamados a jogar esta fase crucial do jogo, o CAB não conseguiu responder à ofensiva do Vitória, e, perdendo o prolongamento por 10-15, perdeu o jogo por 87-92.
O jogo exterior do Vitória funcionou muito bem, com o trio formado por Doug Wiggins (24 pontos, 4 ressaltos, 4 assistência e 3 roubos de bola), Pedro Pinto (16 pontos, 2 ressaltos e 2 assistências) e José Silva (17 pontos e 5 ressaltos) a exibir-se a bom nível.
O norte-americano do CAB, Jovonni Shuler, MVP do jogo com 28 de valorização, foi o melhor marcador do jogo com 31 pontos, seguido depois pelo seu compatriota Tommie Eddie, autor de 22 pontos e 8 ressaltos.
Apesar do resultado, que força a equipa madeirenses a um jogo decisivo na quarta-feira, em Guimarães, é de toda a justiça realçar o empenho e a entrega da turma comandada por João Paulo Silva. Mais uma vez, os 'nossos rapazes' deixaram tudo o que tinham dentro de campo, e, merecendo outro desfecho, dignificaram a camisola que vestem.
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