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24/04/2015
GAME DAY
Defesa e união levam Amigas a vitória merecida
A equipa feminina do CAB defrontou a formação do Vagos no primeiro jogo da Fase Final da Liga Feminina. O evento, que decorre nos Açores, reúne as quatro melhores equipas da edição deste ano da Liga Portuguesa, nomeadamente o Sportiva, Vagos, CAB e Lombos. O jogo não se antevia fácil para o CAB, não só devido à tensão que é natural existir nas fases finais, mas também devido à grande qualidade do adversário.
O jogo começou com as duas equipas a denotarem grande nervosismo, algo que é normal em fases finais das competições. Numa fase inicial do encontro, quer o CAB, quer o Vagos, viraram-se para o seu jogo interior. No lado das Amigas, que alinharam de branco, Ashley Bruner e Sofia silva eram as mais solicitadas. Já no Vagos, Jessica Lawson era a mais interveniente. Nos aspectos defensivos, o CAB esteve superior ao Vagos e provocou, no adversário, várias perdas de bola sem lançamento.
De notar, no primeiro período, que, sempre que o CAB acelerava o jogo, a equipa continental do Vagos tinha dificuldade em acompanhar as Amigas, com as madeirenses a tirarem vantagem disso no que se refere à marcação de pontos. Aliás, foi exactamente o acelerar do jogo da parte do CAB que permitiu às Amigas fazer um parcial de 10-0, na segunda metade do primeiro tempo, e chegar ao final dos primeiros dez minutos de jogo na frente do marcador por 20-15.
De destacar, nesta fase inicial do encontro, as prestações de Sofia Silva (7 pontos) e Kristen Mann (6 pontos). Estas foram muito bem auxiliadas pela combativa Ashley Bruner, que assegurou 5 ressaltos.
No segundo tempo, a defesa agressiva do CAB continuou a colocar muitos problemas ao ataque do Vagos. Além disso, o CAB também beneficiou das boas entradas de Lavínia Silva e de Marta Bravo, que contribuíram com pontos e roubos de bola para o esforço colectivo das madeirenses.
Após o CAB ter conquistado uma vantagem de 13 pontos, o treinador do Vagos, João Janeiro, apostou tudo e retirou as suas atletas americanas de dentro de campo. A formação continental perdeu altura, mas ganhou velocidade e agressividade, factores que permitiram às atletas que jogavam de negro aproximar-se no marcador e reduzir o prejuízo para 6 pontos.
O CAB respondeu com a entrada de Carolina Escórcio, que, além de marcar o único triplo que o CAB efectuou na primeira parte (contra 4 anotados pelo Vagos) também trouxe ainda mais agressividade à defesa das Amigas e versatilidade aos seus ataques. Joana Lopes foi uma autêntica ‘general’ dentro de campo, e, até ao intervalo, comandou com segurança os ataques do CAB e permitiu às Amigas continuarem a abordar o jogo com a serenidade que lhes era exigida.
Resistindo aos avanços do Vagos, o CAB voltou a vencer o segundo período (ainda que por apenas 1 ponto) e chegou ao intervalo na frente por 36-29. Sofia Silva (11) era a melhor anotadora do CAB, enquanto no Vagos era Canastra (8) a mais certeira. Nos ressaltos, o CAB levava superioridade (26-18), enquanto nas perdas de bola era o Vagos que mais erros tinha cometido (7-12).
No regresso dos balneários, o CAB entrou bem, concretizando um parcial de 7-0 que elevou a diferença pontual relativamente ao Vagos para 11 pontos. Apesar do desacerta invulgar que estava a revelar nos lançamentos perto do cesto, a defesa das Amigas permitiu ao CAB continuar a dominar o encontro.
Uma fase menos conseguida da parte do CAB foi meritoriamente aproveitada pelo Vagos, para reduzir o mercador para 52-46 quando faltavam 2:40 para jogar. No entanto, Carla Freitas decidiu ‘abrir o livro’, conteve a avalanche das adversárias e repôs a vantagem das madeirenses nos 14 pontos.
Atrás de uma grande prestação da internacional portuguesa formada no clube da Nazaré, o CAB chegou ao fim dos trinta minutos de jogo a liderar por 60-69, um vantagem de 11 pontos que dava algum conforto, mas que exigia das Amigas a máxima concentração, pois o Vagos não se dava por vencido.
No último período, o CAB voltou a entrar falhando muito nas zonas perto do cesto. Nesse capítulo, as Amigas estiveram claramente abaixo das suas prestações ‘normais’, no entanto a boa defesa das Amigas permitiu-lhes manter o Vagos a uma distãncia considerável.
Neste capítulo da defesa, é imperativo dar uma grande palavra de reconhecimento a Carolina Escórcio, que conseguiu fazer o que ninguém tinha conseguido até ao momento, nomeadamente travar Joana Canastra, que estava a ser a mais irrequieta das continentais e uma dor de cabeça para as madeirenses. Ela e Domingues eram ‘setas’ apontadas ao cesto das Amigas, mas, com a preciosa ajuda de Carolina Escórcio, o CAB conteve os ataques das adversárias.
Debaixo das tabelas, Ashley Bruner estava numa luta muito renhida e agressiva com Jessica Lawson. Porém, a atleta do CAB soube levar vantagem e foi decisiva, especialmente no capítulo dos ressaltos, conquistando 13 em todo o jogo e dando ao CAB muita segurança e solidez.
Quando faltavam 3:40 para jogar, o CAB garantiu uma preciosa vantagem de 16 pontos, a maior de toda a partida. A mesma resultava do acelerar de jogo por parte do CAB, ao qual o Vagos teve dificuldade em responder. Até ao final do encontro, as continentais deram o tudo por tudo para reduzir a diferença, mas o CAB manteve sempre o ritmo de jogo, ganhando a luta pelas tabelas (48-35 nos ressaltos) e forçando 19 perdas de bola nas adversárias.
Com mérito, as Amigas ganharam o jogo por 74-61, com Carla Freitas (14), Joana Lopes (13) e Kristen Mann (13) a serem as principais anotadoras. Ashley Bruner (9 pontos, 13 ressaltos), Lavinia Silva (7), Sofia Silva (11), Marta Bravo (4) e Carolina Escorcio (3) também foram peças fundamentais de uma vitória merecida.
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