19/07/2014
GAME DAY

Juca faz balanço dos treinos de observação

Duas semanas de trabalho intenso e junto dos atletas da Formação do clube definiram o regresso de Juca à casa que o viu nascer e crescer no basquetebol. O novo timoneiro da equipa sénior masculina do CAB orientou, com a ajuda de Carlos Sousa, treinador adjunto da formação masculina, sessões de observação nas quais tomou parte um grupo seleccionado de atletas das escolas dos Amigos.

Numa curta entrevista, o Site Oficial do CAB solicitou ao treinador Juca que efectuasse um balanço das duas semanas de treino e das conclusões que as mesmas pemitem tirar relativamente ao enquadramento - actual e futuro - de atletas formados no clube na equipa profissional do CAB. Aqui deixamos registado o diálogo que tivemos com o treinador:

Como decorreram estas duas semanas de regresso ao trabalho no CAB?

Foram duas semanas de intensa atividade que nos consentiram retirar um conjunto de informação interessante sobre as capacidades dos nossos jovens atletas. Visámos com esta iniciativa identificar um ponto de partida quanto às possibilidades de cada um deles vir a ser envolvido no programa a executar em cada uma das equipas seniores.

Embora as soluções disponíveis neste momento não sejam abundantes, temos a convicção de vir a beneficiar com a participação de alguns destes atletas nas equipas que disputam as provas nacionais. Concluímos que uma das principais dificuldades está diretamente relacionada com a frágil e escassa conjuntura competitiva regional.

Perante esta realidade, os atletas não conseguem colocar em prática um conjunto de decisões que apenas são evidenciadas em situação competitiva real. Temos trabalhado em função de metodologias que nos garantam minorar a exígua competição no decurso do processo formativo.

Que balanço faz do grupo com o qual trabalhou nestes treinos de observação?

Aferimos que o grupo de trabalho apresenta alguma heterogeneidade ao nível do domínio dos fundamentos do jogo. Por isso mesmo, focámos a nossa atenção em aspetos de ordem técnica que, mais tarde, assegurem uma dinâmica coletiva conveniente. Através da insistência e do enquadramento de trabalho personalizado, certamente progrediremos no sentido de aproximar cada um destes atletas da direção pretendida.

Estas duas semanas de trabalho também possibilitaram um melhor conhecimento e relacionamento entre todos os elementos, auxiliando assim o acompanhamento e orientação por parte dos treinadores em relação ao programa de formação que queremos ver desenvolvido nos atletas.

Sentiu o grupo a responder ao que lhe era pedido?

Sim. Aliás, gostaria de distinguir uma vez mais a enorme dedicação que os atletas têm revelado no decurso do seu trabalho. Só assim será possível cumprir uma série de compromissos a médio prazo. Tão importante como a sua formação desportiva e social, sentimos em cada um destes atletas uma imensa empatia em representar o CAB.

Muito se fala nas dificuldades de formar atletas com vista a integração na equipa profissional...

Quanto a isso, este período de trabalho inicial comprovou que, o problema da formação desportiva não está centrado na exclusiva identificação dos recursos de ordem técnica e tática, que muitas vezes absorvem grande parte do nosso tempo. A solução, está na forma persistente e crente de quem tem por função fazer com que esses conteúdos se manifestem no desempenho dos atletas. Temos a noção que este é um processo gradual e moroso. No entanto, ambicionamos corresponder às expetativas que vamos observando nas atitudes de cada um destes jovens.

Nos últimos dias de treino, o grupo contou com a presença do internacional, e antigo jogador do CAB, Filipe Silva. Como foi tê-lo nos treinos?

Além da qualidade técnica que acrescentou, o Filipe transmitiu conhecimentos fundamentais para os nossos jovens ao nível da leitura do jogo. Os atletas tiveram a oportunidade de relacionar-se com um jogador que já representou o CAB e que neste momento joga em França, uma das ligas mais evoluídas da Europa. Um grande abraço Filipe e muito obrigado pela tua colaboração.

Trabalhar com estes jovens e motivá-los para chegar a séniores não é uma tarefa fácil...

A verdade é que, enquanto treinadores, temos essa nobre responsabilidade de sempre ir tentando…