|
09/07/2014
GAME DAY
Vice-Presidente João Pedro Vieira reflecte sobre quatro anos de mandato na Direcção do CAB
Após quatro anos de trabalho, está a chegar ao fim o período de liderança da actual Direcção e o mandato de João Pedro Vieira como Vice-Presidente para a Gestão Desportiva. Nume entrevista exclusiva ao Site Oficial do CAB, o dirigente-treinador reflecte sobre o seu período de serviço do clube nessa dupla capacidade. Aqui deixamos registadas as suas palavras:
1- Que balanço fazes dos teus quatro anos como Vice-Presidente do clube?
Foi uma experiencia muito gratificante, na qual aprendi a entender e a respeitar ainda mais o trabalho do dirigente. Deu para perceber que gosto muito mais de ser treinador do que Vice-Presidente.
2- Como dirigente, qual foi o momento mais difícil do mandato?
Os problemas financeiros que estiveram presentes todos os momentos do mandato, fazendo, por exemplo, a nossa Direção ter de tomar decisões como a desistência do play-off da Liga Masculina ou da equipa feminina ter sido sujeita a fazer numa deslocação de uma semana e uma série enorme de jogos.... e ver gente do clube, principalmente atletas, a passar graves problemas financeiros e nós, na Direcção, sem podermos fazer nada quanto a isso.
3- E qual foi a maior alegria?
Momentos distintos, mas muito bons: ver crianças a crescer e adolescentes do nosso clube a tornarem-se adultos e adultas e a seguir os seus caminhos nas suas vidas, sabendo que o CAB também contribuiu para a sua formação enquanto pessoas e atletas; um torneio do CAB que envolveu equipas estrangeiras e de todos os pontos do país e Açores e que envolveu cerca de 600 participantes; quando a equipa masculina venceu a Taça de Portugal; e vencer, esta época, e contra todas as expectativas, a Taça de Portugal Feminina, tendo na equipa uma senhora de 43 anos chamada Taj McWilliams Franklin e sua filha Schera
4- Qual foi a sensação de ver o clube da perspectiva de dirigente, em vez de vê-lo da perspectiva de treinador?
Ver o clube na perspectiva de um dirigente que foi ou é treinador é mais fácil, apesar de, por vezes, os outros dirigentes poderem não entender o ponto de vista de um dirigente que pensa como um 'treinador'. Mas é, sem dúvida, um forma diferente de ver o clube, muito mais complexa e que vai para alem de vitorias e derrotas e de formar jogadores.
5- Alguma vez sentiste um conflito entre o que ambicionavas, como treinador, e o que julgavas ser possivel, como dirigente?
Sim, muitas vezes. Como treinador, queria sempre o melhor possível para a minha equipa, mas, como também era dirigente, sabia que nem tudo o que eu achava ser o melhor para a equipa seria possível de atingir ou executar, e quase sempre devido as dificuldades financeiras.
6- Como resolvias esse tipo de conflitos?
Simplesmente concentrava-me no que era essencial e tentava que a equipa sofresse o menos possível com esses conflitos.
7- Quais são as 'lições' que o papel de dirigente te deu para a tua compreensão do basquetebol e da competição?
Posso dizer que os últimos quatro anos foram, sem duvida, cheios de pequenas lições, que levarei comigo para a vida. Aprendi que, quando não dependes só de ti, não te podes comprometer com determinadas decisões que podes não conseguir cumprir, exactamente por não depender só de ti.
O facto de ter sido jogador e ser treinador ajuda muito mais a compreender o jogo e a 'criticar' a competição que temos em Portugal. A minha compreensão do basquetebol e da competição faz parte de todo um processo de amadurecimento, e, naturalmente, que estes últimos quatro anos, exercendo em dois deles a função de dirigente e nos outros dois a do dirigente/treinador de Formação e a do dirigente/treinador de Seniores Femininos, também contribuíram para esse processo de amadurecimento.
8- Numa palavra, como resumes os últimos quatro anos da vida do Vice-Presidente João Pedro?
Numa palavra é dificil , mas em duas diria 'desgastante' e 'gratificante'.
9- Que conselhos darias á pessoa que irá assumir o cargo que ocupaste nos últimos quatro anos?
Quem sou eu para dar conselhos?... Ser vice presidente do CAB é ser mais um que, diariamente, ajuda a Direção a levar o clube para a frente... Não consigo responder a essa pergunta assim tão facilmente. Ser dirigente é muito desgastante e muitas vezes ingrato, mas ser treinador também o é... Para mim, a diferença é que eu adoro ser treinador muito mais do que ser dirigente, e, talvez por ter essa paixão pelo treino e pela gestão e liderança de grupos, função essa que me dá muito prazer e, quando tens prazer no que fazes, tudo fica mais fácil.
10- Alguma mensagem que queiras deixar à FAMÍLIA CAB?
Gostaria de deixar uma palavra de agradecimento a todos os meus colegas de direção pelos quatro anos de trabalho diário para tentar manter aberto e em funções um clube que ainda tem muito para dar ao basquetebol. Foi um grande prazer partilhar as tristezas e alegrias vividas pelo nosso clube. Aprendi com todos e espero, sinceramente, que à minha maneira, também tenha contribuído para um melhor CAB. Desejo a todos o melhor desta vida e, à nova Direção, que consiga, naturalmente, fazer um melhor trabalho e que tenha mais recursos de forma a dar o apoio necessário que os treinadores e atletas do CAB merecem.
|